Agora o novo "problema" são os aplicativos de dança que ditam o que fará sucesso ou não, algo comprado e totalmente induzido, tirando a oportunidade de pessoas com talentos reais.
"Se não serve para fazer dancinha no TikTok, não faz sucesso"
As letras das músicas e atitude dos artistas costumavam influenciar e mover as gerações de jovens.
Hoje o óbvio faz sucesso, os artistas não se arriscam mais para apresentar algo diferente e inovador, fazem tudo dentro das "formulas do sucesso".
Outro problema é a indústria musical, que cada dia mais faz as coisas por dinheiro e cada dia menos por amor. As músicas já vinham caminhando para um lado mais comercial e após o TikTok, parece que as músicas já vêm prontas em um molde, se não tiver letra coerente, melhor ainda porque ninguém precisa pensar muito e agrada todo mundo. "A música nunca foi tão corporativa, sem inspiração e com foco total em viralização."
Mas como chegamos até aqui e como ainda assim é a melhor época para escutar música?
"Vivemos em uma época com pessoas que não gostam de música, a indústria fonográfica descobriu a algum tempo que não há muitas pessoas que realmente gostam de música. Para algumas pessoas, a música é chata ou no mínimo não precisam dela. Eles descobriram que se eles pudessem vender música para muitas dessas pessoas, eles poderiam vender muito mais discos e faixas." - T-Bone Burnett
As músicas explodem e se saturam na mesma velocidade, muito rápido, questão de dias e o ciclo se repete, assim vamos de galho em galho, sem conteúdo e poucas ou nenhuma música para se inspirar
As músicas são feitas com letras fáceis com refrão e melodia "chiclete" para as pessoas se identificarem e aprenderem rápido antes que a fama passe.
A música sempre foi uma parte muito importante fator cultural e social ao longo de toda a história humana. Ajudou pessoas a formar laços tribais e atendeu muitas vezes ás necessidades religiosas e espirituais.
A música resistiu ao teste do tempo desde a era pré-histótica até os dias de hoje. Ao longo do tempo a maneira como a música é consumida mudou muito, foram de gravações rudimentares para superproduções, do analógico para o digital e do físico para o virtual.
Mídias físicas quase desapareceram por um tempo e voltaram com força através da nostalgia dos discos de vinil.
A música é algo que une pessoas que pensam diferente. A política, religião e a economia parecem sumir quando existe uma música que nos une.
Um exemplo claro sobre isso é a época da ditadura militar no Brasil, os artistas apresentavam músicas com melodias e letras complexas para expressar o descontentamento de uma maneira sutil e artística.
Música ja foi o motivo de mudanças da época da escravidão e até mesmo ao fim da guerra fria. Hoje em dia ela é apenas um simples plano de fundo em nossas vidas, um churrasco, encontros e trajetos, assumindo um papel secundário em qualquer lugar que você vá.
As gravadoras exigem dos artistas TikToks virais em suas músicas, isso infelizmente não é novo, apenas mudou de local.
"O negócio da música sempre foi operado por pessoas desonestas, mas pelo menos, eles amavam música. Mas se tornou mais extremo quando gostar da música não é o principal. Tudo está se encaminhando para atingir um determinado público, seguindo determinadas fórmulas." - Jony Mitchel
Mas analisando toda a trajetória da música em nossas histórias, ela nos levanta, nos faz questionar, nos tira de depressão, nos anima.
A indústria pode estar tentando nos manipular através de certos artistas que eles querem manter no topo mas não devemos nos deixar levar e continuar procurando o que nos agrada, mesmo que não seja o top hit do momento. Devemos pesquisar e valorizar artistas independentes e que não estão "estourados", eles podem nos oferecer o que falta, o que procuramos, o que necessitamos. Pense e viva fora da caixa que a indústria nos propõe e nos faz engolir.
Créditos: Canal Elementar (Youtube)
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